Foi realizado um mapeamento de lugares públicos, prédios, praças e construções desativadas. A intenção, ao ocupá-los, questionar a forma desenfreada e desordenada com que crescem algumas cidades. O Rio de Janeiro, em especial, realizou diversas obras para sediar as Olimpíadas 2016, mas continuou com problemas de ocupação territorial crônicos. Obras homóricas são realizadas com dinheiro desviado, enquanto há espaços - e grupos - esquecidos.
Mais preocupados com o legado olímpico e as repercussões internacionais, políticos ignoram problemas como a demarcação de terras indígenas, movimentos Sem Terra, vilas destruídas (como a Vila Autódromo), moradores de rua, populações Quilombola e casas em áreas de risco.
Os víus utilizados neste trabalho, fantasmas coloridos, são metáforas sobre a invisibilidade destes grupos, invariavelmente colocados à margem da sociedade. Espaços vazios e em ruínas dialogam com uma cidade em meio a constantes e intermináveis obras. Destroços e esqueletos são o próprio retrato da política do Brasil, em completo estado de desmoronamento.
Trabalho realizado com Isabelle Reullon e Pharmakoletivo
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